sábado, 10 de abril de 2010

i'm looking for time.

' mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára. enquanto o tempo acelera e pede pressa eu me recuso, faço hora. vou na valsa. a vida é tão rara... enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência... o mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência. será que é tempo que lhe falta prá perceber? será que temos esse tempo prá perder? e quem quer saber: a vida é tão rara, tão rara... '
Paciência - Lenine.


Talvez seja o que me falta, um pouco. Ou o que mais exigem de mim a cada segundo. Paciência com quem se faz de sonso, paciência com quem te magoa, paciência com quem quer te passar pra trás. Paciência com os problemas. De todos os tipos possíveis de paciência, esperam de mim as poucas que eu não suporto. Eu acho admirável as pessoas que conseguem deixar de lado certas hipocrisias, fingir que as coisas não aconteceram. De verdade. Se eu fosse assim, muitos aborrencimentos me seriam evitados, mas eu não consigo. Eu preciso de tempo pra viver os meus sentimentos, as minhas angustias. Eu preciso de tempo para compreender tudo isso e poder superá-los. Exigem tanta paciência de mim que esquecem que eu também preciso ser tratada com um pouco dela.
Eu gosto de liberdade, as vezes me sinto até como um animal selvagem. Principalmente com um animal selvagem preso em jaulas. Muitas vezes me sinto andando em círculos, deixando pra trás coisas que eu jamais deveria ter deixado, sem ao menos perceber... Há dias em que eu penso um pouco no que eu já fui e lamento um pouco ter crescido. Não que eu quisesse ser criança para sempre, eu entendo que ciclos tenham que ser fechados, mas sinto que deixei peças importantes de mim. Acho que já fui muito mais forte do que sou, muito mais corajosa. Perdi a capacidade de me colocar em primeiro lugar quando me fizeram acreditar que os sentimentos dos outros às vezes são mais importantes que os nossos. Que devemos fazer de tudo pra manter quem a gente gosta feliz - mesmo que as cegas. Me sinto um pouco fracassada mas eu não posso deixar que isso me empurre pra baixo. Porque apesar de ter deixado muita força para trás, ainda me resta um bocado dela. Eu me agarro nisso.
Hoje eu disse para um amigo que estava perdendo a vontade de viver, e isso me assusta. Eu quero me sentir viva, eu quero sentir o meu sangue ferver de um jeito bom. Eu quero conseguir enxergar beleza nos dias de chuva, eu quero enxergar as coisas simples e belas que meus olhos tem deixado de ver... mas acho que, a curto prazo, eu preciso de um pouco mais de paciência. O meu tipo de paciência.

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