' te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. desculpa. tudo que vivi foi profundamente. eu te ensinei que eu sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços, guarda-me apenas uma fresta. eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. até onde posso ir pra me resgatar? reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo. eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos! eu não vou renunciar a mim; nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. eu quero estar viva! e permanecer te olhando profundamente... '
ana carolina
Texto lindo, mas não vou dedicar a mais ninguém, se não a mim mesma. Porque, de alguma forma, eu realmente não consigo parar de olhar para quem amo... profundamente. Independente do que possa ser certo ou errado. Acho que ser profunda foi uma das maneiras que eu encontrei de me soltar... E de me prender. A pessoas, objetos, situações, sonhos. Porém, às vezes vivo tudo tão profundamente em tão pouco tempo, que acabo perdendo o encanto. Talvez me tirem os espaços entre os abraços... Mas acho que não. Acho que eu me agarro com tanta força, que depois de algum tempo, me vejo sem saídas. Sufocada, em frestas.
Eu vivo em extremos.
Ou estou feliz, ou não. Ou eu amo, ou não.
Felicidade é uma condição que imponho a mim mesma, todos os dias quando acordo. Sei que não posso escolher se sinto dor, mas posso escolher como lidar com ela, vivo a minha dor tão profundamente, compreendo a minha dor tão profundamente, que a supero. É difícil aceitar as dores, mas eu escolho ser feliz.
Ao contrário do amor.
Eu não escolho a quem amo. Mas se amo, amo profundamente... E se não amo, não quer dizer que eu odeie. Há muitas pessoas que eu convivo diariamente que eu não amo, essas pessoas, pra mim, só não são tão merecedoras do meu amor. Não que seja a melhor coisa do mundo, mas é o que de melhor tenho pra oferecer, então dou a quem eu acho que vai recebê-lo melhor. As vezes me engano, e isso dói um pouquinho. Mas passa.
Algumas pessoas podem enxergar isso como efemeridade.
Não acho.
Pra mim, o grande prazer da vida é curtir cada fase profundamente, curtir cada amor profundamente, cada amizade, tirar das pessoas o que elas tem de melhor e dar o seu melhor em troca, criar verdadeiros laços de afeto, carinho. E quando perceber que o sentimento está acabando... lidar da melhor forma que puder. Tentar resgatar o que foi perdido ou deixa-lo ir embora. Com dor, mas sem sofrimento...
Nenhum comentário:
Postar um comentário