(mentira)
Hoje duas coisas me irritaram profundamente (como se eu já não estivesse meio afetada pela minha noite de sono mau dormida, pela proximidade do meu vestibular, pelo isolamento, pela saudade de casa) e resolvi escrever aqui, no meu blog de confissões.
A primeira, mas menos irritante, foi o fato de um cara que eu conheço e que raramente fala comigo vir me pedir dinheiro emprestado. Dois reais. Ok, nada de mais. Por que não emprestei? Porque ele só se dirige a mim para pedir dinheiro, como se eu fosse um caixa automático. E isso me fez pensar... O que exatamente represento para as pessoas? Porque muitas delas, inclusive do meu convívio, só se dirigem a mim para pedir coisas emprestadas ou reclamar de seus problemas. Ao iniciar uma conversa comigo, vomitam seus problemas em mim e nem dizem 'Oi, Camis, como você está?', não, não se preocupam se eu estou precisando de um apoio, eu tenho sempre que apoiar. Tenho sempre que ter a palavra certa ou, no caso, dois reais pra emprestar. É um saco. Às vezes, eu tenho a palavra certa. Às vezes, eu tenho dois reais. Às vezes, eu não quero papo.
A segunda... Ah, a segunda fez meu sangue ferver, porque mexe profundamente com o que eu acredito ser amor. Eu não vou ficar aqui gastando meu tempo discutindo a minha realidade amorosa, minhas experiências, para concluir que SIM, amor vem com o tempo. E um tempo relativamente longo. É engraçado como casais no início de namoro (isso inclui a minha pessoa, atualmente, e meu namorado) acham tudo maravilhoso e perfeito um no outro. Eles não discutem por seus pontos de vista serem divergentes, nunca perdem a paciência, 'amam' tanto o outro que acham até a espinha cheia da pus da testa do outro atraente. Isso não é amor. Isso é paixão. Você ama a ideia de estar apaixonado, mas não ama o que o outro realmente é. Só a convivência mostra pra você os vícios do seu companheiro, as qualidades, os defeitos suportáveis e, principalmente, os insuportáveis. Se você ama comida japonesa mas ele não suporta nem o cheiro, tudo bem. Comam uma macarronada, que os dois gostam, ou ele cede e faz uma boquinha antes do jantar. Se ele ama rock e você sente seus que seus ouvidos podem explodir com esse tipo de som, mas estão viajando e ele quer ouvir um pouco do seu som, tudo bem, depois de umas músicas você coloca o seu MPB de volta. Esses são exemplos de defeitos (RELATIVOS) suportáveis. Mas quando seu parceiro faz cosias que para você é inconcebível... Como ciúmes excessivo, dificuldade de se desligar de relacionamentos anteriores, desconfiança, não tem como levar a diante. E você não vai saber disso logo de cara. Você vai descobrir isso conforme for namorando, e não nos primeiros 30 dias. No começo você quer agradar, ser aceito, é natural, só o tempo nos faz 'relaxar' e abaixar a guarda. E é depois disso que você vai saber se gosta do que a pessoa realmente é e não só do que ela te mostrou. É muito fácil dizer 'eu te amo'... Difícil é saber, entender e provar a dimensão do que essas três palavrinhas significam. Eu não acredito em quem diz que ama em um mês de namoro. Eu acho que seria muito mais verdadeiro dizer 'hey, estou apaixonada por você' do que 'hey, eu amo você'... Mas é muito menos romântico. Hoje em dia ta na moda. É triste. E é isso. Essa ansiedade por felicidade me faz pensar no que está faltando na nossa vida. Pode até ser amor. Mas no primeiro momento, o 'eu te amo' quer dizer alguma outra coisa. Cabe a você decidir o que o seu 'eu te amo' significa.
'A diferença entre gostar, estar apaixonado e amar é a mesma diferença entre agora, por enquanto e para sempre.'
Incrível como sofremos e pensamos as mesmas coisas!A gente acaba atraindo problemas e quando precisamos contar os nossos, só um terapeuta pra dar a verdadeira atenção ou nós duas! te amo!
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