quinta-feira, 14 de outubro de 2010

as flores tem cheiro de morte, a dor vai fechar esses cortes,

flores! flores! as flores de plástico não morrem.








Eu sempre soube que havia algo em seu perfil que me lembrava dela. Não em aparência, fisicamente eles não tinham nada tão semelhante assim. Estar com ele, era como estar com ela. Era como se eu tivesse voltado à inocência dos meus treze anos e acreditasse em suas histórias de como ela havia caído da janela, ou escada, para justificar os cortes roxos e profundos que tinha em seus braços.


Já fazem cinco anos.


Seis dias atrás ele esteve comigo. Por um bom tempo, por assim dizer. Então, ela também esteve, de certa forma. Conversamos. Ficamos em silêncio e de repente era como se ela estivesse lá, silenciosa como nós dois. Ele me olhava diretamente nos olhos, sem piscar. E eu o encarava de volta.


- Por que está me olhando desse jeito? - perguntei, um tanto incomodada.
- Porque eu tento estrair algo de bom que há nas pessoas.


Virei o rosto imediatamente.


-Não me olhe - eu disse, com os olhos baixos, praticamente fechados - Eu não tenho nada de bom pra te oferecer... não agora.

domingo, 3 de outubro de 2010

'before my thoughts begin to run,

i tinking i'm getting old now. and this has been hard enough on you, i know it's been hard enough on me. been telling myself that i can roll with the changes'


" - Estarei esperando pelo dia em que você vai olhar pra trás, e ver como você ficou mais forte. Como você superou aquele sofrimento inteiro. Como você conseguiu sair do fundo do poço com suas próprias pernas. O dia em que você vai dormir a noite, com um orgulho enorme de você. E, quando possível, acordar com alguém do teu lado.

Continuei calada. Apenas ouvindo.
  
 - Tudo vai passar. Sua tristeza, seu choro, o peso dos teus ombros, e eu - ele disse - Acredite nisso, e siga em frente. Há um caminho grande, difícil, mas muito recompensador te esperando."
                                                                                             ...

Tudo o que sei é que estou mais velha agora. E, mesmo que as coisas continuem difíceis, não posso evitá-las. Mas existe uma coisa com a qual eu não tenho a necessidade de lidar. Acabo de trancar uma porta.

E, quem quiser, que procure as chaves.